Tchau, cabelo

Começou como uma ideia. Não de agora, não da semana passada, ou de quase um mês atrás quando raspei a cabeça pela primeira vez. Começou com uma ideia a muito tempo, um pensamento randômico que foi crescendo, tomando forma, querendo ganhar o mundo. De alguma forma, acho que sempre quis fazer isso, mas vivi – por vezes sem perceber – presa a essa última (ou quem sabe nem seja. Mais sobre isso numa próxima vez) camada do apego a imagem: o cabelo.

Por quase a maior parte da minha vida agora, tenho cabelo curto. Primeiro cortei aos pouquinhos, com medo de arrepender, e desde que ficou acima dos ombros pela primeira vez, nunca mais passou dali. Alguma coisa começa a coçar por dentro, no fundo, e me faz ir cortando e cortando e cortando. Dessa vez foi diferente. Ele chegou aos ombros e foi embora todo de uma vez. Como das outras vezes, uma sensação de transformação e poder muito profunda tomou conta de mim por dentro, mas dessa vez é ainda mais forte. É a minha cabeça. É o meu rosto. Minhas olheiras e meus detalhes e tudo ali, exposto. Andar de cabeça raspada dá uma sensação absurda de vulnerabilidade, e ao mesmo tempo uma força gigantesca. Não sei se é assim pra todas as pessoas, mas acredito que seja pra maior parte das mulheres que resolvem fazer isso. Acho que não estava pronta antes. Acho que esperei até o momento exato, esse em que me reafirmo e tento me desfazer das últimas camadas do que impede meu amor pleno por mim mesma.

Com tudo, este é um período bem estranho e maravilhoso. Eu saí das redes sociais. Eu raspei o cabelo. Me desfiz de uns dois terços das minhas roupas e sapatos. Me sinto viva e ativa e pronta. Me sinto livre. Me sinto um turbilhão de pensamentos e sensações que sei que aos poucos vão se dissipar, pra dar lugar a novos turbilhões, a novas sensações. Minha vida é minha, completamente, e o controle não vem da pressão ou do desejo. O controle não vem da ação, não vem do pensamento. O controle vem de entender o que posso afinal controlar – minha imagem, a forma como me vejo e como vejo os outros, a tentativa-e-erro do desapego – e o que não posso – as outras pessoas, e suas ações, a natureza, o mundo. O controle vem, no final, de abrir mão do controle e aprender a estar tranquila e feliz ali, no olho do furacão.

A Terrível Casa das Trevas

Ficamos um bom tempo pensando em qual seria o nome da casa. Em quais eram nossas referências e as expectativas em relação a vida a partir da mudança. Primeiro decidimos por “O apê da Tijuca”, mas antes que pudéssemos perceber, A Casa das Trevas estava nomeada. O nome se escolheu. Uma referência clara ao mundo das trevas de YuYu Hakushô, mas muito, muito mais do que isso. O quadro negro no cavalete teve letreiro desde o início, e minha mãe – como, acredito, qualquer mãe faria – veio com o “apaga isso, essas coisas atraem”. Ela foi embora e comecei lentamente a apagar os desenhos e letrinhas. E então o nome me bateu. Todo o significado por trás, tudo que essas “trevas” significam. Reescrevemos assim que apagamos. Cada semana um de nós é responsável por refazer o quadro e dar o start na semana.

Mas porque trevas?

Muito mais do que seres desprovidos de luz, se analisarmos um pouco mais a fundo quem supostamente vive nas trevas, a coisa fica muito clara: os excluídos, os errantes, os boêmios. As pessoas a margem. Tudo aquilo que a sociedade não aceita e não quer ver circulando por aí. Quem vive nas trevas – mesmo e especialmente se analisarmos pelo viés religioso – é o conjunto de pessoas que não aceitaram não ser elas mesmas. Que não aceitaram engolir o que a sociedade impõe, mesmo quando isso representou dor ou sofrimento. Existe muito mais luz nas trevas. A luz de quem mesmo sofrendo para existir pavimenta o caminho para quem vem depois. A luz de todas as mulheres que vieram antes de mim e essa energia que eu sinto, que me faz ser uma mulher bissexual de 1,80m, cabeça raspada e roupas insanas. Que me faz morar com meu noivo e meu ex noivo e cagar pro que as outras pessoas pensam. A energia que me move diariamente rumo aos meus objetivos.

E então essa é a Terrível Casa das Trevas. Um lugar que recebe de braços abertos (e com comida haha) quem quer que chegue. Um lugar em que se propaga o respeito, o amor, a empatia. Em que se conversa sem filtros e se ama sem ressalvas, pelo que o outro é em sua totalidade. Onde os amigos são bem vindos e se sentem confortáveis para serem eles mesmos. Vivemos nas trevas cheios de luz. Vivemos a margem, fazemos diferente, ousamos ser nós mesmos num mundo que tenta tornar tudo cada vez mais homogêneo. Sem poréns. Sem explicações. Pelo prazer puro e maravilhoso de se ser quem se é.

 

 

Fátima Bernardes, depilação não é o problema

Estava almoçando ainda agora num bar, e comecei a ouvir no fundo o programa da Fátima Bernardes. Uma suposta especialista em alguma coisa estava falando sobre relacionamentos. Raramente concordo com qualquer coisa sobre esse assunto que falem na TV, mas hoje foi demais pra mim. A mulher falava sobre como intimidade demais ou de menos poderia ser um problema no relacionamento, e no meio da frase usou como exemplo para “intimidade demais” (uma ideia que já acho errada) a mulher que não se depila. Foi bem sutil, uns segundinhos só, mas o peso disso é tão grande que me deu vontade de escrever.

Para além de qualquer questão relacionada a autoestima – e o ódio a nós mesmas que a mídia insiste em nos fazer sentir, afinal, gente feliz não gasta dinheiro por impulso – o que mais me incomodou foi essa ideia da intimidade em excesso. O que é intimidade em excesso? Segundo essa mulher, é aparecer sem depilação. Provavelmente ela pensa o mesmo sobre aparecer sem maquiagem, ficar descabelada, parar de fazer as unhas. Normalmente, na mídia, essas coisas todas são relacionadas a desmazelo, a falta de cuidado, a mulher que “se acomoda” no relacionamento e para de se cuidar. Ninguém fala isso sobre um homem. Mais do que isso, ninguém para pra pensar que autocuidado nada tem a ver com estética. Não tem nada de errado em fazer uma coisa porque gosta, porque se sente bem, seja uma escova no cabelo ou um esmalte na unha. Não é esse o ponto. Eu por exemplo, não gosto e por isso parei. O problema é quando atrelam duas coisas que na realidade não tem relação com o intuito de fazer as mulheres se odiarem e gastarem dinheiro.

Já participei de conversas com meninas que gastavam um tempo enorme com procedimentos estéticos e coisas do tipo motivadas somente pelo medo do namorado ir embora. Mais do que isso, um pavor muito fundo de serem trocadas por outra mulher. E então a mulher fica ali, vidrada, desesperada, fazendo mil dietas e usando mil esmaltes. Mulheres fantásticas, bem sucedidas, bonitas, algumas 100% dentro de absolutamente todos os padrões. Com caras bosta. Com caras que não ligavam pra nada. Em situações em que seria infinitamente melhor pra elas se o encosto fosse embora. E aí eu pergunto: existe tal coisa como intimidade demais? Como você divide a vida com alguém que não conhece os seus anseios e preocupações? Como você desenvolve uma amizade – não consigo conceber um relacionamento que não envolva uma amizade real – com uma pessoa, se a preocupação maior é não ter “intimidade demais” para não estragar tudo? O que exatamente é estragado com intimidade demais?

E aí você tem relacionamentos rasos. Gente junta por mais tempo do que deveria. Gente que não tem nada a ver mas continua ali, com esse medo irracional e imposto de uma espécie triste de solidão. Aqueles casais em que individualmente as pessoas são de uma forma, mas quando juntas parecem perder o brilho e desaparecer. Gente junta por estar junta. E se for o cara quem sai, especialmente se envolver outra pessoa, a mulher vai sempre achar que a culpa foi dela. Ela não era bonita o suficiente ou bem cuidada o suficiente. E nada nada nada tem a ver com isso. Nunca vi um relacionamento terminar por intimidade demais. Nunca vi uma pessoa terminar com a outra porque ela parou de se depilar. Qualquer justificativa é sintoma, não causa. Intimidade de verdade é compartilhamento, é força, é beleza. Intimidade nunca é demais. Pra quem se ama, pra quem se quer de verdade, não vai ser uma buceta cabeluda que vai acabar com tudo. Não vai ser uma unha sem esmalte, um cabelo despenteado, escovar o dente na frente do outro. O que acaba com tudo é esse abismo entre as partes. O que acaba tudo é reproduzir esses comportamentos e não conseguir enxergar além deles. É entrar em relacionamentos com pessoas que não tem nada a ver só pra não ficar sozinha. É postergar o final quando o sentimento não está e talvez nunca tenha estado ali.

Enfim, achei uma puta bola fora. Tirem essa ideia quadrada da cabeça. O que mata um relacionamento não é intimidade demais ou de menos, é a falta de sentimentos ou a mudança deles. Sentimento não se inventa, nem se aumenta com beleza física, nem se faz durar seguindo qualquer que seja o padrão estético. Sentimento é o que faz um relacionamento durar. Amor e respeito. Mesmo quando o relacionamento muda de configuração. Sou a melhor amiga do meu ex namorado. Passamos quase seis anos juntos, superamos o término juntos e hoje eu sinto um puta orgulho da gente quando me pego no bar com ele e meu noivo, todo mundo bebendo e conversando e sendo feliz. Todo mundo honesto e aberto. Não é maturidade nossa, como todo mundo diz. Maturidade não tem a ver com isso. É intimidade em excesso. Muita, mesmo. Intimidade e amor num nível que tornou possível essa amizade mesmo com o fim do relacionamento. Se me depilei 4 vezes ao longo dos últimos 6 anos foi muito.

10 anos

Minha avó me abraçava 4 vezes por ano: no meu aniversário, no aniversário dela, no Natal e no Ano Novo. Tirando essas datas, nunca recebi um abraço dela. Minha mãe, por outro lado, sufocou eu e meus irmãos, e éramos abraçados mesmo a contra gosto. Quando criança e adolescente eu não gostava muito de abraços, nem de demonstrações de afeto. Diversas vezes ouvi minha mãe dizer que eu era uma cavala, que eu era grossa e coisas do tipo, quando eu fugia dos zilhões de abraços que ela dava.

Meu irmão caçula sempre foi muito carinhoso. Aquele tipo de criança pequena e fofa que sorri pra todo mundo e vive abraçando os amiguinhos. Em casa não era diferente, e ao longo do tempo eu vi minha avó se acostumar com ele e até gostar. No final das contas, acho que ela teve do neto mais novo a quantidade de carinho que não teve – por não saber dar – do restante de nós. Mesmo João, que era o neto favorito (sem rivalidades, ela mesma dizia que era o João, mas juro que no final mudou pro Mário. Eu era só a “única neta”, nada de grandioso aqui) trocava por ano a mesma quantidade de abraços que eu.

Eu vi minha avó morrer aos poucos, mais rápido do que eu gostaria e mais devagar do que seria justo. Ao longo de um ano inteiro, de um agosto até o outro. Nesse tempo tanta coisa aconteceu. Eu tinha 18 anos, depois 19. Minha vó não me viu fazer 20. Esse último ano guarda as melhores lembranças que tenho dela. Me lembro das risadas e das conversas. Das comidas. Me lembro das partes engraçadas e das partes tristes, e do que ficou engraçado com o tempo (como quando minha avó – segundo todos, chapadíssima de morfina – começou a conversar com os pais em um passeio no shopping. Na época foi triste, doloroso e pesado. Hoje tenho crise de riso lembrando a cara de pavor do meu tio). Me lembro, especialmente, de que neste último ano abracei minha avó muito mais do que a soma dos abraços do restante da vida. Eu encostava nela. Eu fazia cosquinha. Eu brincava com as pelanquinhas da perda de peso. Eu passava a mão na careca recém raspada e eu ajudava a colocar na cadeira. Enquanto teve quimio, fui a todas as sessões com ela. Conversei todos os assuntos e falei de todas as modas e não consegui desvendar alguns mistérios, mas tentei.

Os últimos dez anos foram os mais difíceis da minha vida. Sei que nada do que me acontecer daqui pra frente vai superar os momentos mais escuros desse caminho. Os primeiros dez anos sem a minha avó me prepararam pra vida e pros problemas a base de muita pancada, mas também de muita determinação e – acima de todas as coisas – amor no coração. O último ano com ela me ensinou absolutamente tudo que eu precisava saber para entrar na vida adulta: o quanto guardar os sonhos pra depois pode amargar um coração; Carinho, afeto e empatia são tão necessários pro sucesso quanto força e determinação; Todo o tempo do mundo não seria suficiente com as pessoas que amamos. Tudo que temos é o agora, o momento presente. Abraços são muito mais maravilhosos quando trocados espontaneamente. O tempo acaba, mas a vida permanece: enquanto uma pessoa é celebrada, ela está viva de alguma forma. Minha avó vive nas minhas entradas e nas caras que faço. Vive no drama que todo mundo aqui faz. Vive na forma como o meu irmão conta histórias, na forma como minha mãe reclama, como meu tio fala. Meu irmão do meio é a cara dela quando jovem. Tenho certeza que meu primo tem também de alguma forma, algum jeito meio Cleyd.

E lá se foram meus 20 anos. Vem chegando na curva os 30. A dez anos atrás eu não fazia ideia que em cinco dias perderia a minha avó. Não faço ideia do que vai me acontecer em cinco dias, e pela primeira vez em muito tempo vejo isso como algo positivo. Me sinto e me vejo pronta pra encarar de frente o que vier de bom e de ruim. De tudo, fica a certeza de que dei mais abraços do que poderia imaginar. Eu amei e fui amada. Eu vivi meus 20 anos de acordo com meus princípios e ideias, e ninguém pode me tirar isso. Dedico meus últimos dez anos a ela. Não fui nem de longe a neta certinha que ela gostaria, but boy, did I live!

Vá, mesmo com medo! (ou “como lidar com o frio na barriga”)

Acredito muito no frio na barriga como um medidor pra vida. Quando algo me empolga verdadeiramente, lá está ele me fazendo pensar em uma porção de questões: será que sou realmente capaz? Estou preparada para este desafio? Tenho as habilidades necessárias para realizar essa tarefa? Essas perguntas são, em essência, fruto do medo. Com o passar do tempo fui aprendendo a diferenciar o medo-trava, aquele que vem de alguma espécie de sexto sentido me dizendo pra não fazer, do medo-excitação, aquele frio na barriga que no final torna o resultado ainda melhor.

A verdade verdadeira é: se buscamos o desafio, se ele chegou até nós de alguma forma, estamos prontos. Se não estivermos, paciência! Pode soar estranho, mas a realidade é que mesmo quando não estamos preparados, o aprendizado da experiência nos deixa ainda mais próximos de estar. É aquela velha máxima de só se aprender fazendo. Quando começamos a entender que tudo é aprendizado, vai ficando cada vez mais fácil entender todas as motivações, medos e questões por trás de cada desafio que a vida traz. Como diz a frase, somente a prática é capaz de sanar os medos, reforçar nossa confiança e nos preparar pro que vem a seguir.

Não cheguei a essas conclusões da noite pro dia. Passei dias pensando, noites em claro aflita, o frio na barriga beirando o insuportável. Eu já deixei de fazer coisas para as quais estava preparadíssima por pura insegurança. Eu já dei pra traz e desisti de projetos que poderiam ter sido excelentes pra mim a longo prazo. Com tudo, como disse acima, ganhei experiência. Hoje sei onde piso e onde não piso, e consigo aproveitar o frio na barriga como motivador, e não como um impedimento para seguir em frente.

Com esse textão de abertura, seguem abaixo alguns pensamentos que acumulei nos últimos anos, sobre como lidar com o frio na barriga e abraçar os desafios de peito aberto:

Mantenha-se curioso

A curiosidade move o mundo, e repito isso sempre (pra mim, especialmente. Quase um mantra! haha). Se manter curioso é estar aberto ao novo, é enxergar a possibilidade de aprendizado em cada oportunidade, é continuar pesquisando e aprendendo e acumulando conhecimento. Mantenha sempre viva a curiosidade pelo mundo e, especialmente, pelos assuntos que te interessam!

Liste os prós e contras

Quem me conhece sabe que sou uma amante incondicional de listas! haha Elas me ajudam a organizar os pensamentos e pesar todos os lados das situações. Se você está em dúvida sobre um projeto ou ideia, liste cuidadosamente os prós e contras a curto e a longo prazo. Releia a lista quantas vezes for preciso, destrinche cada tópico e veja qual lado pesa mais no final. Quando queremos verdadeiramente alguma coisa, a lista de prós acaba ficando maior. Muitas vezes eu nem me dou conta do quanto quero participar de algo até olhar minha listinha. A resposta já existe aí dentro, basta dar vazão e ela aparece! ♥

Mantenha pessoas positivas por perto

Todo mundo tem (ou, com sorte, já teve e se livrou hehe) por perto uma pessoa meio negativa, meio baixo astral, que só sabe diminuir os esforços e projetos alheios. Às vezes nem é nada grave, mas vem uma frase ou comentário que reforça nossas inseguranças e acaba nos fazendo desistir. Não acredito que as pessoas façam por mal, mas nem todo mundo está preparado para lidar com alguns tipos de questão. Se eu desse ouvidos a essas pessoas, não teria feito metade do que fiz. Por sorte, tenho gente muito positiva por perto! Gente que me motiva, que não me deixa desistir e que abraça comigo meus projetos, por mais insanos que possam parecer a princípio.

Se cerque de gente positiva, alto astral, tão ou mais motivada que você. Dizem que somos o resultado das cinco pessoas com as quais mais convivemos. Se certifique de que os mais chegados te coloquem pra cima, mas não deixem de criticar o que realmente merece crítica. Assim como apoio incondicional é essencial, crítica construtiva também é. Resta saber diferenciar as coisas e não deixar a peteca cair.

Vá, mesmo com medo!

Esse é o melhor conselho que posso passar adiante. Minha mãe me ensinou isso desde criança, e ainda assim demorei muito pra alcançar e compreender. Ir, mesmo com medo. Fazer, mesmo com as mãos tremendo de nervoso. Falar, mesmo quando a garganta fecha e parece que vou morrer sufocada. Me arrependo somente do que não fiz: o que fiz tenho um orgulho danado!

Se o que você está fazendo importa, o medo vai estar sempre presente, e esse é o ponto do início do texto: só se aprende na prática, fazendo, indo adiante. Seguir em frente com o frio na barriga é o melhor que podemos fazer. E no final, se tivermos sorte, conseguimos olhar pra trás e perceber que tudo valeu a pena.

Então respire fundo, dê o primeiro passo e esqueça a ideia de erro e acerto! Se tem amor na mistura, se tem paixão, se tem os olhos brilhando e o coração a mil, já está certo! Errado é deixar o medo dominar e se arrepender daquilo que não fizemos.

Uma semana iluminada e com muito frio-na-barriga-do-tipo-bom pra todos nós! ♥

O trabalho pode esperar

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Trabalhar de casa pode ser a melhor ou a pior experiência. Na minha primeira vez, foi a pior. Não conseguia me organizar e sentia que estava trabalhando todo o tempo. O computador fica no meu quarto, e isso só piorava tudo: ou eu estava assistindo série na metade do dia e trabalhando até as 2h da matina pra compensar, ou começava a trabalhar cedinho, produzia muito e ainda assim ia dormir as 2h da matina sem entender o que tinha acontecido com meu dia. O que fiz de errado? Muito simples: faltou organização. Eu cumpria todos os prazos, entregava além do esperado, meu trabalho não foi prejudicado. Minha vida e minha saúde, em compensação, sofreram bastante. Eu passava dias sem comer, vivendo a base de café. Não conseguia ir a rua comprar comida porque sempre faltava tempo, e então quando comia eram miojos, macarrão, pão e essas coisas que – quando compõe a base da pirâmide – não ajudam em nada.

Agora, alguns anos depois, aqui estou eu de novo no famigerado home office. Um pouco mais velha, um pouco mais experiente, pronta pra tirar de letra, certo? Errado. Cair nos mesmos erros é muito fácil quando nos sentimos confiantes. Confiança sem atenção é ainda mais perigosa do que a falta de confiança, porque quando nos vemos caindo em erros conhecidos, nos sentimos ainda piores. Com tudo, tenho tentado estar atenta. Ontem a noite percebi que não tinha feito nenhuma refeição no dia, e me senti muito mal. Parei pra me perguntar porque não estava vivendo a vida que acredito e que conseguia levar, em relação a alimentação. A resposta veio como um gatilho: não tenho tempo. Tenho trabalhado muito, e é muito difícil manter a atenção e parar de vez em quando. Me peguei dando as mesmas respostas que repetia à exaustão na vez anterior, e isso foi suficiente pro meu pavor ser despertado e eu acordar hoje atenta, muito muito atenta.

Saí de manhã cedo e fui caminhando até a feira. Um percurso de uns 3km por trechos tranquilos e arborizados. Vi minha antiga escola, o botequim onde comprava sorvete de blue ice (alguém descobriu que sabor é esse afinal? haha), a loja de artigos religiosos que eu adorava zanzar quando era criança (sempre fui apaixonada pelo cheiro de defumadores, incensos e ervas ♥). Foi uma caminhada muito gostosa, que terminou com um caldo de cana bem gelado e uma porção de frutas e verduras na bolsa. Respirei fundo, o ar da manhã fresca de Jacarepaguá enchendo meus pulmões e me dizendo que tudo tem solução se mantivermos a calma. Eu não sou a mesma pessoa de alguns anos atrás. Eu não preciso cair nos mesmos erros, se consigo perceber os gatilhos e motivações.

Com tudo, fica o conselho, especialmente pra quem trabalha em casa (e pra quem usa essas mesmas desculpas pra si quando pede mais uma quentinha ou enche o prato no self service. Já fiz essas também rs): o trabalho pode esperar. A falta de tempo de que tanto falamos é na realidade falta de organização. Conheço pessoas ocupadíssimas e que ainda assim param todo domingo e cozinham pra semana inteira. O tempo que passamos distraídos no celular, vendo série no Netflix ou postando mais uma foto no insta pode ser utilizado de maneira muito melhor, seja acordando cedinho pra ir a feira ou passando no hortifruti depois do trabalho. Nosso corpo é uma máquina, e como tal precisa de manutenção. Se alimentar bem vai muito além de dietas ou questões estéticas! É uma forma de garantir uma vida mais feliz e equilibrada. Com organização e atenção o tempo rende mais, o trabalho flui melhor e nossa saúde agradece! ♥

A vida escreve certo por linhas tortas

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Estou aqui numa semana super corrida, mas várias coisas me bateram agora de manhã e precisei parar tudo e escrever este texto. A vida (ou Deus ou como quer que você queira chamar) escreve certo por linhas tortas. Ouço isso desde criança, mas nunca tinha encontrado aplicação prática na vida. Que as coisas dão errado sem mais nem menos, e que essas coisas erradas muitas vezes nos levam por caminhos maravilhosos eu já tinha entendido. Hoje pela primeira vez coloquei toda a minha trajetória em perspectiva e pude entender um pouco melhor as “linhas tortas” que me trouxeram até aqui.

Nunca entendi porque a vida e o trabalho funcionam como funcionam. Entendo teoricamente, aliás. Li, estudei e consigo compreender os mecanismos. Ainda assim, nunca entrou na minha cabeça que alguém pudesse simplesmente aceitar a forma como as coisas funcionam. Sendo assim – e tendo uma criação fora dos padrões, o que ajuda bastante rs – sempre corri atrás de fazer diferente. Não me formei quando deveria, não entrei no mercado de trabalho como quase todo mundo da minha classe social (nunca fui estagiária de coisa alguma haha), nunca quis trabalhar (e nunca trabalhei) em empresa grande. Minha carreira foi até aqui uma sequência de escolhas acertadas e um pouco de sorte. Mesmo feliz, vira e mexe bate um incômodo por dentro, como se eu devesse ter feito como todo mundo. Quando isso acontece, procuro buscar as razões, destrinchar, pensar e repensar até chegar a uma conclusão.

A conclusão do dia foi que eu tenho exatamente a vida que queria ter quando era adolescente. Em essência, alcancei tudo que buscava. Sempre achei bonito, por exemplo, que as profissões antigamente eram passadas de mestre pra aprendiz. No auge dos meus 20 e poucos anos conheci a Dilma, uma arte-finalista das antigas que não só me ensinou como mexer nos programas de edição de imagem, mas me contava também uma porção de histórias sobre as gráficas onde trabalhou, e sobre como a profissão dela funcionava antes dos computadores. Tenho pensado muito nela, e mando sempre vibrações positivas e ondas de gratidão na sua direção! ♥

Eu queria, quando jovem, ter uma porção de profissões e ofícios diferentes. Agora, com quase 30, encho a boca pra falar que sou designer, web designer, redatora, artesã, escritora, artista visual e o que mais eu aprender pelo caminho. Ao longo dos anos fui construindo essa pessoa que sou, e tenho muito orgulho dela. Trabalho de casa, outra coisa que sempre quis, e recebo constantemente elogios sobre as coisas que faço.

O que quero dizer com isso tudo? Muito mais do que puxar a sardinha pro meu lado, o ponto todo é: enquanto essas coisas aconteciam, enquanto eu construía essa pessoa e agarrava com unhas e dentes todas as oportunidades, eu não percebi estar fazendo isso. Sofri, penei, me ferrei. Passei por uma porção de perrengues, mas alguma coisinha lá no fundo me fez nunca desistir. A vida escreve certo por linhas tortas. Mesmo quando tiramos os olhos do objetivo final, ele permanece por dentro, e sem perceber vamos caminhando pra esse objetivo. É importante, de tempos em tempos, parar e analisar a vida inteira. Não com os olhos julgadores que costumeiramente reservamos a nós mesmos, mas olhar de fora. Pensar como se sentiria nosso eu adolescente, nosso eu criança, em relação a vida que levamos agora. De todas as pessoas que fazem parte do meu cotidiano, a mini-Dandara interior é quem mais me motiva a seguir em frente.

Busque por dentro: quem era você quando criança? E quando adolescente? Quais eram as suas coisas favoritas na vida? O que você queria ser quando crescer? Isso ainda mora aí, de alguma forma. E é essa pessoa que você não pode decepcionar. Tenho certeza que, da forma que for, ela se orgulha de você, independentemente de qualquer caminho torto ou escolha aparentemente errada. Não sabemos o dia de amanhã, e é aí que mora toda a beleza. Uma curva errada pode parecer só uma curva errada, mas pode ser exatamente essa a virada em direção a um caminho melhor. Então respire fundo, coloque as coisas em perspectiva e siga caminhando. Dar passinhos pequenos vai ser sempre infinitamente melhor do que ficar parado. 🙂

Vai ficar tudo bem ♥

Com a correria insana que a vida foi virando nas últimas semanas, não consegui parar pra escrever aqui. Daí hoje tive um pequeno contratempo, e achei que era o momento perfeito pra passar essa mensagem: vai ficar tudo bem. Quase um mantra que fico repetindo mentalmente, e que sei que muita gente ao meu redor precisa repetir também. Vai ficar tudo bem. Entrei na minha conta bancária de manhã e descobri que tinha 20 reais pra passar até o início do outro mês. Vai ficar tudo bem. Me descabelei por alguns minutos, fiquei com uma angústia, a sensação de que estava tudo sendo em vão, e que de repente eu era de novo a pessoa aflita com mais mês que dinheiro..rs..Daí eu parei, respirei fundo e tentei organizar mentalmente tudo o que esse ano tem sido. Focando nas coisas boas percebi que a gente se aperta, mas as coisas acontecem. Eu não sou aquela pessoa, porque tenho construído tanto que ela não cabe.

Fui convidada pra participar com A Cadernista do Salão internacional do livro do Rio de Janeiro e isso foi muito lindo e muito marcante pra mim. Estava com vontade de vender o material todo e matar esse projeto, mesmo com todo o amor que tenho por ele. Foi ficando difícil e distante com tudo que aconteceu, e esse convite – feito um dia depois da ideia de me desfazer de tudo – veio como um sinal pra continuar. Já recebi esse sinal antes sobre os cadernos, e resolvi dar ouvidos dessa vez! Estarei lá vendendo cadernetinhas e darei uma oficina de zines e encadernação. Muito amor, e muita gratidão a Jô Ramos, que lembrou de mim e me convidou. 😀

Fiz uma parceria linda com a Raquel Cukierman e troquei material gráfico por uma bolsa no curso Performar Sapa-bi, que vai ser super incrível! Estava já há algum tempo querendo participar de um curso do tipo. Performance é uma coisa que me atrai muito, e tenho sentido um chamado pra expor o que escrevo nesse formato. Além de tudo, são questões que falam muito comigo, de sexualidade, dos caminhos, então só posso sentir uma gratidão enorme por ela ter entrado na minha vida!

Comecei quinta passada um curso no Helio Oiticica que tem absolutamente tudo a ver comigo. Fala de arte e espiritualidade, com foco na caminhada como prática estética. Me inscrevi e coloquei meu coração no formulário. Fui selecionada e nem acreditei, especialmente quando descobri que pessoas ficaram de fora. Uma tristeza não ter vaga pra todo mundo, mas me senti privilegiada e feliz. Espero que todo mundo tenha oportunidade de participar no futuro!

Eu e Carol (minha amiga e cunhada linda, pra quem não sabe), começamos um empreendimento de quitutes veganos. Primeiro ovos e bombons pra páscoa, e depois vamos nos aventurar pelos salgados, hambúrgueres e coisas do tipo. Trabalhar com comida é um sonho muito antigo e que nunca nem tentei tirar da gaveta. Estou explodindo de felicidade, especialmente porque a Carol é muito tranquila, motivada e cheia de ideias, então a gente combina e tudo flui! Quase choro quando falo disso, porque a Inclusiveg é realmente um sonho se tornando realidade!

Esse mês eu fui ao cinema, ao teatro, exposições, feira de arte impressa e uma porção de coisas bonitas. Conheci lugares novos, voltei a outros que não ia faz tempo, reencontrei pessoas queridas e circulei pela cidade. Do início do ano pra cá estou gradativamente voltando a me locomover a pé, como eu fazia antes da depressão consumir meu corpo. Eu emagreci uma porção de quilos e minhas roupas cabem em mim de novo, algumas até bem folgadas. Não fico feliz pela perda de peso em si – quem me conhece sabe que não ligo – mas é diferente quando começa a afetar suas tarefas diárias, coisas que você ama fazer. É diferente quando o ganho de peso é resultado de um processo ruim, sabem? E então fico feliz pelas mudanças e pelas conquistas e pelas caminhadas e por todas as coisas boas.

E só de escrever isso tudo, já sinto a vida melhor. Vai ficar tudo bem porque estou bem. Vai ficar tudo bem porque hoje consigo me desesperar mas logo em seguida colocar o que é bom no topo. Os contratempos vem e vão, as coisas boas vem e vão, mas se a gente permanece com a raiz fincada no chão faça sol ou faça chuva, prosperamos e damos frutos. Quando o foco é no bem e no que é bom, o resto vai só ficando pra trás.

Se você está passando por um momento angustiante ou desesperador, respira fundo e repete, fala em voz alta, grite até: vai ficar tudo bem. É só um momento, e os momentos passam. Existe tanta coisa bonita pra acontecer, tanta. Se a seis meses atrás alguém me falasse que essa seria a minha vida agora, eu não acreditaria. Os processos se desenrolam muito rapidamente se dermos chance. Então levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima e vamos a luta, porque o tempo é curto e o sonho é grande! <3

Como ser um ser humano de sucesso (fora dos padrões normais)

Olá, pessoas bonitas!

Andei um tempo escrevendo no meu outro blog, mais voltado para literatura, e acabei parando o ritmo intenso de postagens por aqui..rs..Como a boa filha a casa torna, cá estou eu com algumas ideias e pensamentos que organizei recentemente, e que tem muito mais a ver com o cantinho de cá.

Muito se fala sobre sucesso hoje em dia. Dicas, livros, fórmulas. Um sucesso pronto e empacotado, em que nós todos supostamente devemos nos encaixar. Um sucesso que tem a ver com dinheiro, com carreira nos moldes normais, com essa ideia estranha de “ser adulto” que permeia a internet. Como eu vivi e vivo completamente fora desses padrões (e tenho certeza que quem gosta dos meus textos também vive ou gostaria de viver), trago hoje um apanhado de dicas sobre o assunto. Coisas que aprendi com o tempo e outras que gostaria de ter dado ouvidos mais cedo (sim, não estou reinventando a roda! Muito disso vem de ideias e pensamentos que me deram ao longo do tempo e hoje compartilho ^^). Lá vamos nós:

1 – Seja gentil

Esse é o conselho mais precioso da vida. Seja gentil e atencioso com todas as pessoas que passarem pelo seu caminho. Não sabemos o dia de amanhã, e aquela conversa aleatória na fila da padaria ou o comentário em uma publicação pode render amizades e até parcerias profissionais. Esteja presente (falo muito sobre presença, e acho que merece até um texto próprio!), ouça tudo, absorva o que te couber! Com gentileza e atenção chegamos muito mais longe. Diferente do que pregam, a vida não precisa ser uma competição: o pensamento e a ação coletivos rendem muito mais frutos!

2 – Abrace as oportunidades

Você já deve ter lido e ouvido incontáveis vezes a expressão “agarrar as oportunidades”. Não gosto dessa expressão! Além de trazer em si uma agressividade forte, me parece tudo muito corrido e voraz. Pra aproveitar a vida de verdade é preciso paciência e amor, então faça diferente: abrace as oportunidades. Com amor e carinho e dedicação. Dê o seu melhor pro projeto grande e pro pequeno. Coloque o mesmo ímpeto e a mesma vontade em tudo que se propuser a fazer. Converse com as pessoas, peça feedback, não deixe o medo te impedir! Coloque os bracinhos em volta da oportunidade, feche os olhos e deixe a vida fluir! haha 😀

3 – Vá sem julgamentos

Já vi muita gente dispensar projetos porque não tinha ninguém “”importante”” envolvido. Acho que todos nós conhecemos gente assim, que acredita que só vale a pena pro currículo e pra vida o que envolve determinados tipos de pessoa. Esqueça completamente esse conceito. Todo mundo traz consigo uma bagagem fantástica esperando para ser compartilhada. Se manter aberto e sem julgamentos pode te levar a lugares incríveis. Foi sendo assim que fiz os melhores passeios, estive nos melhores eventos e conheci as melhores pessoas.

4  – Respeite seu tempo

Esse é um conselho bem clichê, mas que eu demorei muito tempo pra entender e aceitar. Com as redes sociais e a internet, fomos nos acostumando a comparar nossa vida a dos outros. Cada um tem um caminho a trilhar e com ele todos os altos e baixos. Aquela pessoa que se formou novinha, por exemplo, pode ter tido oportunidades que você não teve, assim como a sua formação mais tarde pode te proporcionar uma experiência que ela nunca vai ter. Uma coisa não invalida a outra, e se você se mantiver aberto a troca, pode aprender muito quem tem um caminho diferente do seu. Sem julgamento, sem competição e – especialmente – sem a sensação de que você deveria estar nesse ou naquele lugar a essa altura da vida.

5 – E por falar em formação…

…vida acadêmica não é tudo, e muito menos é o único caminho para se alcançar o sucesso! Eu me dei muito muito bem em todas as faculdades que entrei, e sou lembrada pelos meus professores até hoje. Apesar disso, o sistema de ensino apenas não funciona pra mim. Não tenho formação superior, e não pretendo ter tão cedo.

O que fiz com isso? Li e escrevi e aprendi o que eu queria, da forma que eu queria. Não tenho diploma, mas tenho uma carga de conhecimento muito maior do que a de muitos estudantes de mestrado que eu conheço. O ambiente acadêmico pode ser muito limitador, especialmente pra quem é curioso e inquieto. Isso não significa que seja ruim, significa apenas que ele é bom pra quem o aceita como ele é e consegue funcionar dessa maneira.

Sou designer e trabalho em uma agência onde atendo clientes de diferentes portes. Lá também atuo como redatora e web designer. Falo inglês fluente, sou artesã, canto, componho músicas, toco ukulele, sou cabeleireira, fotografo, sou escritora e artista visual. Aprendi tudo isso sozinha. Li uma infinidade de livros. Vi uma infinidade de filmes. Conheci uma infinidade de pessoas e consigo manter conversas significativas em qualquer meio. Não escrevi esse parágrafo pra me vangloriar, só pra mostrar que uma vida rica e produtiva é possível fora dos muros da universidade!

6 – Seja a exceção

Toda vez que conto minha história, ouço coisas como “ah, mas é diferente”, “mas você é exceção” e relacionados. Nunca consegui entender muito bem quem se enxerga como regra, então fica aqui o conselho: seja a exceção. Pense como exceção. Crie a sua forma de viver, de ver o mundo e de produzir. Isso vale para todos os campos da vida! Não aceite menos do que você merece, e todos nós merecemos nos sentir plenos, amados e felizes.

Sei bem como de vez em quando bate a insegurança e a vontade de desistir, mas quando isso acontecer, mantenha o seguinte em mente: você é exemplo para alguém. Podem ser seus amigos ou pessoas aleatórias que te acompanham na internet. Pode ser aquela prima mais nova ou seus irmãos. Alguém está vendo o que você faz e tira forças disso pra continuar. Então seja a exceção! Seja a pessoa fora da casinha! Agindo assim você vai ter que aturar muito julgamento e talvez até pessoas próximas tentem de convencer de que você está errado. Se você acredita, vai fundo. A diferença muda o mundo, não a regra. Pode parecer exagero, mas te digo: todos nós podemos ser uma semente da mudança. Pra florescer, basta acreditar, ir regando tudo com amor e seguindo em frente. O vento vem, a chuva vem, tudo parece ir contra, mas no final a gente com certeza floresce! <3

Espero que vocês tenham gostado, escrevi tudo de coração! Quem quiser me mandar mensagem ou bater um papo, me adiciona no face clicando aqui, ou comenta aí embaixo! Vem sem medo que a troca é certa! 😀

Dicas de costura para mentes inquietas

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A costura faz parte da minha vida desde a infância. Minha vó fazia qualquer coisa com o pé nas costas, numa rapidez que me impressiona até hoje, especialmente pelo nível de qualidade do acabamento. Quem pensa que o dom é herdado, se engana. Quem pensa que é um dom, aliás: a costura – assim como qualquer ofício – pode ser aprendida com tempo, paciência e disciplina!

Como eu era uma adolescente sem nenhum dos três, aprendi bem menos do que poderia com dona Cleyd. Eu queria as coisas prontas rápido. Queria fazer bainha sem marcar, dobrar prega sem medir e por aí vai. Sempre me estressava e queria rasgar tudo. Mais de uma vez enfiei a tesoura em algo que estava fazendo (minha vó nunca me deixaria usar um corte de tecido de verdade, eram sempre retalhos. Uma vez transformei uma cortina antiga numa saia que amava – e ela quem fez, lógico), e no final largava de lado e implorava pra ela terminar.

Ainda assim, sempre fui apaixonada por indumentária e modelagem. A máquina ficou parada por anos e anos, e só recentemente comecei a fazer coisas que consigo usar na rua sem medo de se desfazerem. HAHA Como mente inquieta, pessoa impaciente e estressadinha de plantão, resolvi passar adiante algumas dicas que podem ajudar muito quem é um poço de caos e está começando a costurar:

Paciência!

Parece óbvio, mas paciência aqui vai muito além. As coisas tomam tempo. Modelar, cortar, alfinetar, tudo isso toma mais tempo do que a costura em si. Fechar a peça parece brincadeira de criança quando comparado ao resto. Tem horas (muitas haha) que dá vontade de desistir, mas o importante é respirar fundo (juro, respirar fundo ajuda em todas as áreas da vida!) e continuar.

Atenção

Costurar é uma oportunidade de praticar a atenção total, especialmente porque é impossível ficar disperso e conseguir terminar algo minimamente usável. Coloque o celular no silencioso, feche as redes sociais e tire esse tempo pra você. Vale colocar música, preparar um refresco (evite os drinks se quiser usar o resultado HAHA) e relaxar. A atividade é pra ser divertida, e não uma tortura!

Comece com retalhos ou tecidos baratos

Uma vez comprei um plush lindo, vermelho, fantástico. Queria fazer um super vestido meio mamãe noel, meio musa dos anos 50. O pano escorregava mais que quiabo e no final das contas estraguei tudo! Foi um roubo e eu as vezes me sinto mal até hoje hahaha

Comece com tecidos baratos ou retalhos (dá pra achar peças inteiras de tecido nos brechós), evite o arrependimento e vá ser feliz. Tecidos escorregadios ou cheios de riqueza são melhores quando somos mais experientes!

Não se cobre tanto

Não nascemos sabendo nada, e somente com estudo e aperfeiçoamento conseguimos aprender e melhorar. Sendo assim, não se cobre tanto. Comece com modelagens simples, peças menores e acessórios. Aumente gradualmente o nível de dificuldade. Pode ser que você consiga fazer uma calça super difícil de primeira? Pode! Mas pode ser também que você se frustre num nível tão grande que acabe deixando a costura de lado. Pequenas recompensas trazem grandes felicidades, e é melhor fazer uma sainha simples linda de viver do que um vestido complexo que deu errado.

O ferro de passar é seu melhor amigo

Se você não tem um ferro de passar (coisa cada vez mais comum haha), é hora de arranjar um! Comprei o meu na Casa & Video por R$ 19,90. É um modelo do mais maaais simples, e você consegue também de segunda mão por bons preços.

O ferro ajuda a marcar e costurar bainhas fininhas que pareciam impossíveis. Um tecido passado é muuuuuito mais fácil de cortar e costurar sem erro, e por aí vai. Ferro de passar = vitória!

Alfinete tudo

Alfinetar pode ser chato e demorado, dependendo da peça, mas vale tão a pena que compensa a chatice. Aproveite pra cantar alto, refletir sobre a vida, entoar mantras, o céu é o limite. Alfinetes seguram as partes no lugar e garantem costuras mais rentes. Eu gosto dos de cabecinha de bolinha, são mais difíceis de perder (tenho gatos e não quero causar acidentes) e não saem nos tecidos mais finos. Só amor.

Meça duas vezes, corte uma

Esse é um dito popular que faz mais e mais sentido pra mim a cada dia que passa! Meça, meça de novo, meça a terceira vez. Em resumo, quando somos pacientes e conferimos tudo mais de uma vez, a chance de cortar algo errado é muito menor. É ter mais trabalho antes pra ter menos trabalho depois. 😉

E aí, quem já se aventurou pelo mundo da costura? ♥