Pense fora da casinha

Todo mundo está acostumado a conselhos sobre pensar fora da caixa, eu sei, mas esse é diferente. Fora da caixa costumeiramente significa inovação. Fora da casinha é sinônimo de loucura, insanidade, ser lelé da cuca, e esse é exatamente o caminho do meu conselho.

Há cinco anos atrás, quase seis, comecei a trabalhar como assistente de marketing em uma empresa de cosméticos. Na época ela já era legal, mas bastante desconhecida nas quebradas. Peguei a página do face com menos de mil pessoas. Lá comecei a implementar um monte de planos loucos da minha cabecinha oca. Na época a equipe de marketing era formada por duas pessoas, contando comigo, e mais uma designer “flutuante”, que depois passou a estar lá todos os dias. A gente se virava com uma verba ínfima ou inexistente. Não existia anúncio de facebook, nem ações caras, nem agência, apenas um plano e muita insanidade nas ideias.

Ao longo dos últimos anos, trabalhei ou prestei serviço pra eles mais algumas vezes, e foi incrível ver que a junção da essência que eles já tinham + as minhas loucuras em conteúdo e ideias + as outras profissionais fora da casinha que passaram por lá fizeram com que não somente a marca crescesse, mas que uma verdadeira revolução acontecesse no mundo dos cosméticos.

Se vocês não pescaram ainda, estou falando da Lola. Há cinco anos atrás ninguém falava com essa linguagem, e não existiam produtos no Brasil com essa pegada jovem e insana (honestamente, até no mundo era difícil, no máximo ti.gi e lush, né?). Com o passar do tempo, a empresa adquiriu uma identidade forte e disruptiva. Se existem agora tantas linhas multicoloridas e com linguagem ultra informal, é graças a Lola. Todo mundo começou a querer copiar. As empresas grandes começaram a ficar de olho, e vocês não tem ideia do prazer que é ter feito parte disso tudo nos meus 20 e poucos anos.

Dito isso, vamos a parte que interessa: imagina se a cinco anos atrás alguém tivesse entrado na Lola e estruturado tudo de maneira “correta” segundo as “teorias” da publicidade e do marketing? Imagina se alguém tivesse convencido os sócios a seguir um caminho “””seguro”””. Ninguém teria ouvido falar na marca, certo? Graças aos céus isso não aconteceria porque a responsável por dar corda a toda essa loucura é uma pessoa tão descolada e fora da casinha quanto todas as profissionais de marketing que passaram por lá. Uma pessoa que sempre acreditou no potencial transformador das coisas, dos cosméticos, da verdadeira beleza.

Pensem fora da casinha, criativos. Pensem fora das teorias e fora dos muros da universidade. Não deixem a faculdade limitar o potencial de vocês. Porque o que acontece é esse mar de métricas e teorias que podem até gerar crescimento, mas não geram valor. Pensem fora da casinha porque a inovação mora na loucura, não no “mas é assim que funciona”. Imaginem se todos os responsáveis por aplicativos, gadgets, sites e produtos disruptivos tivessem acordado um dia e pensado “é, não, não vale a pena”. Que mundo chato e sem graça seria o nosso, certo?

Acima de tudo, parem de tornar a internet esse lugar insosso, em que todos os sites parecem os mesmos, em que todas as chamadas parecem as mesmas. Existe lugar pra fazer a diferença em qualquer cliente. O mundo pode até parecer dos iguais, mas a glória é definitivamente dos diferentes.

Beijos de luz,

Dandara – A designer/web designer/redatora/artesã/programadora em potencial/dona de ideias insana que você respeita. HAHAHAHA